Transformando Tribulação em Glória
- IGREJA BATISTA ESPERANÇA
- 12 de mar. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de mar. de 2019
Rm 5.1-5 -
A carta aos Romanos é, sem dúvida alguma, depois dos Evangelhos, o escrito mais esclarecedor do Novo Testamento. Chamada de O Grande Tratado da Salvação, a carta não só esclarece as doutrinas acerca da salvação, mas também estabelece os critérios práticos do nosso caminhar diário com Cristo. Após falar sobre a culpa do homem diante de Deus e da força igual do pecado tanto sobre judeus quanto gentios, Paulo, utilizando-se do exemplo de Abrão, afirma a justificação como sendo algo decorrente unicamente da fé.
Assim, ele começa o trecho acima dizendo que temos paz com Deus porque, pela fé, fomos justificados, isto é, a fé em Cristo fez com que Deus imputasse a justiça de Jesus a nós os que cremos. O Apóstolo diz ainda mais: pela fé alcançamos a graça e recebemos a esperança da glória de Deus. No capítulo 8.24, ele diz que fomos salvos na esperança e, exatamente ainda porque não vemos, é que esperamos, pois ninguém espera o que já vê. Para Paulo, a esperança é sustentada por um tripé, a saber:
Tribulação (v.3). Parece loucura, mas para o Apóstolo Paulo só quem sofre pode ter esperança. Dietrich Bonhoeffer dizia que pior do que ter tribulação é não ter nenhuma tribulação. É próprio do ser humano fugir do sofrimento. Em Cesareia, Ágabo trouxe a Paulo uma palavra profética de que ele seria preso em Jerusalém. Os discípulos tentaram impedi-lo de ir à cidade, ao que o Apóstolo respondeu: “Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus”.
A segunda haste deste tripé é a perseverança (v.3). Philip Yancey diz que “perseverança não é resistir à tribulação; perseverança é transformar a tribulação em glória”: O psiquiatra francês Victor Frankl, judeu, escreveu o relato do tempo que passou nos campos de concentração nazista. Em 1942, foram presos ele e sua esposa grávida, sendo levados para campos diferentes. Em meio a esse sofrimento todo, ele escreveu: “Quem tem um porquê enfrenta qualquer como”. Frankl escreveu que, além de sua fé em Deus, a esperança de reencontrar sua família era o que mantinha vivo.
Ele saiu do campo de concentração, porém perdeu a esposa, os pais e o irmão e continuou cristão. Vivemos um tempo de pouca perseverança na caminhada cristã e isso, a meu ver, se deve ao fato de muitos se dizerem cristãos e não saberem o porquê. Paulo diz em 1Coríntios 9.25-27 que atletas bons sabem pelo que competem.
Quem sofre tem que perseverar, pois a perseverança nos leva a terceira haste do tripé, que é a experiência (v. 4). Na Carta aos Efésios 4.1.17, Paulo diz que os ministérios foram dados à Igreja com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. Sem sofrimento não há aperfeiçoamento. O autor aos Hebreus, nos capítulos 2.10 e 5.7-9, diz que Jesus foi aperfeiçoado por meio do sofrimento. Entendendo-se perfeição como algo completo, o autor está dizendo que a obra de Jesus se completou na obediência dele a Deus em meio ao sofrimento. Cristão experiente é cristão que sabe por que é cristão e assim consegue passar pelo sofrimento e sair dele ainda mais experiente, pois a experiência, resultante da tribulação enfrentada com perseverança produz esperança.
Ora, a esperança não confunde: Deus derramou seu amor em nossos corações. Quando diz isso no capítulo 5.5 e repete em 9.33 e 10.11, Paulo está nos dizendo: aguentem firmes na tribulação, perseverem e obtenham experiência para que a esperança aumente.
Fé e força!
Pr. Rochael Ferreira
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